A Câmara Municipal realizou, na manhã dessa terça-feira (dia 30), uma palestra sobre o uso do Desfibrilador Automático Externo (DEA). O treinamento foi ministrado pelo professor Dr. Hélio Lima de Brito, chefe do setor de Cardiologia do Hospital Universitário (HU/UFJF) e contou com a participação de servidores da casa legislativa.
O vereador abriu a palestra explicando, brevemente, o funcionamento do coração. Disse que o coração tem entre 60 e 80 batimentos por minuto em condições normais. Já em caso de parada cardíaca ele bate mais rápido (cerca de 160 batidas por minuto), fazendo com que o órgão não tenha força para mandar sangue, oxigênio, glicose e outros nutrientes para o cérebro e demais partes do corpo. Explicou ainda que o tempo máximo ideal para salvar uma vida sem risco de sequelas cerebrais irreversíveis, por exemplo, é de 10 minutos.
Fiorilo fez ainda uma rápida apresentação do aparelho desfibrilador. Ressaltou que o aparelho é de fácil manuseio, permitindo sua utilização por qualquer pessoa, mesmo aquelas sem treinamento técnico em salvamento. Lembrou que o equipamento é autoexplicativo, ou seja, ele mesmo vai orientando o usuário como proceder, inclusive quanto à necessidade ou não de aplicar o choque.
Então passou a palavra ao Dr. Hélio de Brito, que apresentou alguns dados sobre a ocorrência de paradas cardiorrespiratórias e morte súbita. Segundo ele, no Brasil com seus quase 200 milhões de habitantes cerca de 300 mil mortes têm causas cardiovasculares e metade delas é morte súbita, representando esta a maior causa de morte no mundo.
"Em Juiz de Fora mais de mil pessoas morrem por problemas cardiovasculares, sendo metade delas morte súbita cardíaca. Segundo as estatísticas, todo dia alguém é vítima de morte súbita na cidade", disse Dr. Hélio. Ele explicou que a morte súbita cardíaca é uma morte natural, inesperada e rápida e qualquer um está sujeito. "Eu mesmo posso ser uma vítima enquanto ministro essa palestra, mas terei uma chance porque o desfibrilador da Câmara está funcionando, não é?", brincou.
Mas como reconhecer os sintomas?
Em casos de parada cardíaca, o paciente fica inconsciente, não responde aos estímulos externos e não respira. "O conceito que queremos e devemos difundir é o da morte súbita abortada". Que ocorre quando os procedimentos de ressuscitação têm sucesso e consegue-se reverter o caso.
Outro ponto importante: a chance de sucesso para reversão do quadro está no tempo, quanto menos tempo em parada menos chance de lesão do cérebro. Ficar em parada por 10 minutos pode significar 100% de chance de morte.
Dr. Hélio observou que 80% dos casos acontecem fora dos hospitais, dificultando o socorro. "Se o DEA estiver em local de fácil acesso e visibilidade criamos uma corrente de sobrevida e diminuímos os casos de morte".
Por isso, o ideal é que locais de grande concentração de pessoas, como shoppings, supermercados e órgãos públicos, como já determina a Lei nº 11825/2009, de autoria do vereador Fiorilo. E é importante a comunidade brigas para o DEA ser disponibilizado.
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